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Simulação de consignado CLT em app do governo mostra valor correto, ao contrário do que diz postagem

VERIFICA SIMULOU EMPRÉSTIMOS DE R$ 10 MIL A PARTIR DE DIFERENTES CONTAS E, EM TODOS OS CASOS, SOMA DAS PARCELAS EQUIVALE A TOTAL A SER PAGO

1 abr 2025 - 14h41
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O que estão compartilhando: imagem mostra simulação de empréstimo consignado CLT em que o valor total a ser pago difere da soma das parcelas. Para pegar R$ 10 mil emprestados, o usuário teria que pagar 48 parcelas de R$ 352,07. O valor total a pagar que aparece na simulação é de R$ 10.346,78, mas as parcelas somam R$ 16.899,36. A legenda da postagem afirma que "o governo está escondendo os juros cobrados".

Autor da imagem não respondeu sobre a origem dela.
Autor da imagem não respondeu sobre a origem dela.
Foto: Reprodução/Instagram / Estadão

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. As simulações de empréstimo do programa Crédito do Trabalhador são feitas no aplicativo da Carteira de Trabalho Digital. A reportagem simulou empréstimos de R$ 10 mil a partir de diferentes contas e, em todos os casos, a soma das parcelas apresentadas pelo governo federal equivale ao valor total a ser pago.

O Ministério do Emprego e Trabalho (MTE) comunicou que a imagem pode ser resultado de erro na proposta enviada por um banco. "Seria impossível o trabalhador fazer um empréstimo para pagar em quatro anos e os juros somarem R$ 346,78. Isso mostra que o banco preencheu errado", informou.

O autor da postagem foi procurado, mas não respondeu.

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Tem juros compostos?

Na postagem enganosa, o autor afirma que Lula criticou os altos juros dos empréstimos consignados. O presidente falou que, embora a taxa mensal pareça baixa, os juros compostos elevam o custo final, prejudicando os mais pobres. Apesar disso, comenta o autor da publicação, o governo continua permitindo sua cobrança.

De fato, Lula criticou essa cobrança em 2023, quando a taxa de juros do empréstimo consignado era de 1,97%. Conforme o MTE, na nova modalidade, ainda são permitidos os juros compostos.

Mas o que são juros compostos? Como explica o Banco Central, juros são como o custo de "alugar dinheiro". A taxa de juros é quanto você paga por esse aluguel durante determinado tempo. Por exemplo, se você pega R$ 1 mil emprestado por um ano e paga R$ 80 de juros, a taxa é de 8% ao ano.

Só que existem dois tipos de juros: simples e compostos. Os simples são calculados apenas sobre o valor inicial emprestado. Já os compostos acumulam sobre o valor inicial mais os juros anteriores. Então, se você tem um empréstimo de R$ 1 mil a 8% ao ano por dois anos, no primeiro ano você paga R$ 80 de juros, mas no segundo ano paga juros sobre R$ 1.080 (o valor inicial mais os juros do primeiro ano), resultando em R$ 86 de juros. No total, você pagaria R$ 166 de juros ao final dos dois anos.

O doutor em Economia Giliad Silva, professor da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), observa que não há qualquer impedimento na cobrança de juros compostos. O que o governo poderia estabelecer, neste caso, seria um teto fixado, junto com medidas de transparência.

Segundo Silva, a vantagem do novo consignado é que agora o trabalhador consegue comparar as diferentes propostas de bancos e escolher a mais vantajosa. "Do ponto de vista do trabalhador, não tem como comparar acessar esse produto financeiro com acessar outros fora desse programa, sobretudo para aqueles que têm mais baixa renda, justamente os mais afetados por produtos financeiros de pior qualidade", observou.

Estadão
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