Países aliados da Ucrânia exigem cessar-fogo e dão "ultimato" a Putin durante reunião em Londres
O ministro das Relações Exteriores britânico, David Lammy, pediu ao presidente russo, Vladimir Putin, que "leve a paz a sério", durante uma reunião nesta segunda-feira (12) em Londres sobre a guerra na Ucrânia. Os aliados de Kiev deram um ultimato a Moscou e exigiram que os russos aceitem o cessar-fogo.
O ministro das Relações Exteriores britânico, David Lammy, pediu ao presidente russo, Vladimir Putin, que "leve a paz a sério", durante uma reunião nesta segunda-feira (12) em Londres sobre a guerra na Ucrânia. Os aliados de Kiev deram um ultimato a Moscou e exigiram que os russos aceitem o cessar-fogo.
O encontro em Londres reuniu representantes da França, Alemanha, Polônia, Espanha, Itália, Reino Unido e União Europeia. O grupo se inspira na Aliança de Weimar, criada em 1991. O objetivo era promover a cooperação política, econômica e cultural entre França, Alemanha e Polônia, após o fim da Guerra Fria. Os membros do grupo já se reuniram seis vezes desde fevereiro.
"Este é o momento para Vladimir Putin levar a paz na Europa a sério, levar um cessar-fogo a sério e levar as negociações a sério", disse Lammy.
Kiev e seus aliados europeus pediram no fim de semana um cessar-fogo "completo e incondicional" por 30 dias a partir desta segunda-feira. Esta é uma pré-condição que possibilitaria a abertura de negociações de paz diretas entre russos e ucranianos na Turquia, como propôs Vladimir Putin.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky propôs a Putin que se encontrassem "pessoalmente" na quinta-feira em Istambul.
"Espero que desta vez os russos não achem uma desculpa", escreveu o presidente ucraniano na rede X, exigindo "um cessar-fogo total e duradouro" como uma "base necessária para a diplomacia".
"Para iniciar as negociações de paz, deve haver um cessar-fogo", também insistiu a chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, nesta segunda-feira. "Temos que pressionar a Rússia porque ela está fazendo um jogo", acrescentou.
O ministro francês para a Europa, Benjamin Haddad, também enfatizou que uma "trégua incondicional" era uma condição para as negociações.
O secretário de Relações Exteriores britânico, David Lammy, conversou no domingo com o secretário de Estado americano Marco Rubio, que garantiu que "a prioridade número um de Washington é alcançar o fim dos combates e um cessar-fogo imediato", segundo a porta-voz de Rubio, Tammy Bruce.
No domingo, o presidente dos EUA, Donald Trump, pediu à Ucrânia e à Rússia que se encontrassem "imediatamente", sem esperar por um cessar-fogo. A França insiste na "necessidade de manter e aumentar a pressão sobre a Rússia", disse o Ministério das Relações Exteriores à AFP.
Sanções
A Ucrânia e seus aliados europeus, juntamente com os Estados Unidos, emitiram um ultimato a Moscou para aceitar um cessar-fogo "completo e incondicional" de 30 dias a partir de segunda-feira, caso contrário, a Rússia enfrentaria novas "sanções maciças".
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores britânico, Londres anunciará na segunda-feira "novas sanções contra apoiadores da invasão ilegal" da Ucrânia pela Rússia.
Sem responder diretamente ao ultimato dos aliados de Kiev, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que estava pronto "para negociações sem pré-condições" e se ofereceu para iniciá-las na quinta-feira em Istambul, na Turquia.
"O tempo está se esgotando" para a Rússia concordar com um cessar-fogo de 30 dias com a Ucrânia até terça-feira, alertou o governo alemão na segunda-feira, referindo-se ao ultimato enviado a Moscou no fim de semana pelos aliados de Kiev.
Se Moscou não concordar com o cessar-fogo os europeus continuarão os "preparativos" para novas sanções contra a Rússia, reiterou Stefan Kornelius, porta-voz do novo chanceler Friedrich Merz, em uma coletiva de imprensa em Berlim.
Ultimato é inaceitável, diz Rússia
O Kremlin considerou nesta segunda-feira (12) como "inaceitável" o ultimato lançado por Kiev e seus aliados europeus, que exigem um cessar-fogo de 30 dias como condição prévia para negociações diretas entre Rússia e Ucrânia.
O porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, declarou durante seu briefing diário (com participação da AFP):
"A linguagem dos ultimatos é inaceitável para a Rússia. Não se pode falar assim com a Rússia."
Essa resposta marca uma rejeição clara à pressão internacional liderada pelos países do grupo formado pela França, Alemanha, Polônia, Reino Unido, Itália, Espanha e representantes da União Europeia.
Com informações da AFP