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Legalização da maconha, aborto e casamento homoafetivo: veja reformas sociais feitas por Mujica no Uruguai

País se tornou o primeiro do mundo a legalizar o uso e a venda de cannabis

13 mai 2025 - 17h57
(atualizado às 19h04)
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Pepe Mujica deixou legado como presidente do Uruguai
Pepe Mujica deixou legado como presidente do Uruguai
Foto: Gerardo Vieyra/NurPhoto via Getty Images

José "Pepe" Mujica deixou marcas no Uruguai ao longo de sua presidência. Morto aos 89 anos nesta terça-feira, 13, após lutar contra um câncer no esôfago, Mujica aprovou reformas sociais "polêmicas" entre as nações de todo o mundo.

O ex-político esteve à frente da presidência do Uruguai de 2011 a 2015. Depois de deixar o cargo, ele se tornou senador, posto que ocupou até 2018. Durante seu governo, Mujica legalizou a maconha, o aborto e aprovou o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Nascido em 20 de maio de 1935, em Montevidéu, Pepe integrou o Movimento de Liberação Nacional Tupamaros. O grupo guerrilheiro atuava em assaltos a bancos, distribuindo dinheiro para a população pobre da capital uruguaia. As pautas sociais sempre estiveram na prioridade de sua gestão. 

Veja abaixo os principais marcos de Mujica no Uruguai.

Legalização do aborto

Em 2012, o Uruguai se tornou o primeiro país da América Latina a descriminalizar o aborto até o primeiro trimestre de gestação. A lei também autorizou o aborto em casos de riscos à saúde da mulher, de estupros ou malformação do feto, tornando obrigatório que todas as instituições de saúde forneçam serviços de aborto e prestem o auxílio necessário à gestante. 

Casamento homoafetivo

Em 2013, o Parlamento uruguaio aprovou a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. O país se tornou o segundo da América Latina a liberar a união entre casais homoafetivos, atrás apenas da Argentina, que promulgou a mesma lei em 2010. 

Liberação da maconha

A pauta mais polêmica durante a presidência de Mujica levou o Uruguai ao posto de primeiro país do mundo a legalizar o uso pessoal de maconha em 2013. Segundo Mujica, o objetivo era tentar combater o tráfico ilegal de drogas. A legalização da maconha, com o controle do Estado, permite, por exemplo, que a população cultive suas próprias plantações e autoriza a venda de cannabis em farmácias.

De guerrilheiro a 'presidente mais pobre do mundo'

Nascido em 20 de maio de 1935, em Montevidéu, Pepe integrou o Movimento de Liberação Nacional - Tupamaros. O grupo guerrilheiro, fundado por Raúl Sendic, era contra à liderança repressiva do Uruguai, ainda antes da ditadura militar. Atuava com roubos a bancos e empresas, distribuindo o saque entre os mais pobres. 

O uruguaio foi preso três vezes ao longo da vida, uma delas por causa do assassinato de um policial. Ele fugiu da prisão duas vezes --incluindo a famosa fuga de Punta Carretas--, mas foi recapturado em ambas e cumpriu cerca de 14 anos no total. Em 1972, o ex-presidente levou seis tiros e quase sangrou até a morte na calçada, após revidar uma abordagem policial em uma pizzaria. 

Como prisioneiro da ditadura militar que tomou o poder em um golpe em junho de 1973, Mujica foi torturado e passou longos períodos de tempo em confinamento solitário, como contou em seu livro biográfico Mujica, publicado por Miguel Ángel Campodónico em 1999.

O ex-presidente conta ter sido mantido em confinamento solitário, privado de livros, jornais e até mesmo de luz solar por ao menos 7 anos. Ele disse que chegou a comer papel higiênico, sabão e moscas para sobreviver. Mujica foi um dos militantes utilizados como refém pelo regime em troca do desmantelamento das guerrilhas. Em 1985, ele e os outros presos políticos foram libertados sob uma anistia geral.

O Tupamaro se juntou à coalizão de esquerda conhecida como Frente Ampla (FA) e se reorganizou como um partido político legal, o Movimento de Participação Popular (MPP), para as eleições de 1989.

Como uma das principais vozes do MPP, Mujica foi eleito presidente em 2009 em segundo turno contra Luis Alberto Lacalle. Se tornou um dos grandes líderes políticos da América do Sul e sua presidência --que durou de 2010 a 2015-- foi marcada por aprovação de leis pioneiras na América Latina como liberalização do aborto, legalização da maconha e casamento de pessoas do mesmo sexo.

Famoso por dirigir seu fusca azul, ganhou o apelido de “presidente mais pobre do mundo” devido às suas maneiras simples de viver. Um título que rejeitava. Pregava uma vida menos consumista e a Justiça Social, temas que marcaram a sua passagem pela presidência. 

Após deixar o cargo, ele se tornou senador, posto que ocupou até 2020, quando se aposentou da vida política. 

Em outubro do ano passado, em entrevista ao El País, Mujica falou sobre a morte. “Eu me dediquei a mudar o mundo e não mudei po*** nenhuma, mas estive entretido. E gerei muitos amigos e muitos aliados nessa loucura de mudar o mundo para melhorá-lo. E dei um sentido à minha vida. Vou morrer feliz, não por morrer, mas por deixar uma marca que me supera com vantagem. Nada mais”, declarou.

Fonte: Redação Terra
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