Criança de dois anos morre ao receber medicação errada em hospital particular no interior de SP
Segundo a Polícia Civil, técnica de enfermagem assumiu a responsabilidade pela aplicação do remédio; ela responderá por homicídio culposo
Um menino de dois anos morreu após receber medicação errada durante atendimento em um hospital particular de Andradina, no interior de São Paulo, confirmou a Polícia Civil ao Terra nesta terça-feira, 13.
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De acordo com o registro da ocorrência, o incidente aconteceu na noite da última terça-feira, 6. Na ocasião, a criança, identificada como José Rafael dos Santos de Souza, deu entrada na unidade com sintomas de bronquiolite.
A pediatra plantonista receitou à enfermagem que a criança fosse medicada com hidrocortisona de 100 mg. No entanto, após a aplicação, o menino teve mal-estar e apresentou queda de saturação, vômito e sofreu uma parada cardiorrespiratória.
"A equipe médica iniciou reanimação cardiopulmonar, massagem cardíaca externa, intubação orotraqueal e administração de adrenalina, além de outros fármacos indicados. A monitoração contínua foi mantida, porém sem sucesso", informou a Polícia Civil, de acordo com o boletim de ocorrência.
A morte de José Rafael foi declarada duas horas após sua chegada ao hospital, às 23h45. A médica responsável, então, identificou que o remédio administrado tratava-se de succinicolina, usado para paralisar músculos durante intubações. A família da criança, então, chamou a polícia e a equipe médica foi conduzida à delegacia.
À Polícia Civil, a técnica de enfermagem responsável pela aplicação do remédio informou que retirou a ampola de uma caixa identificada como hidrocortisona. Com a descoberta do erro, a equipe verificou que o frasco de succinilcolina estava na caixa errada.
Após o depoimento, a profissional foi presa em flagrante por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Ela pagou fiança de R$ 4.560 e responderá em liberdade.
O corpo de José Rafael foi sepultado na tarde de quarta-feira, 7, no Cemitério Campo Santo São Sebastião, em Andradina.
O Terra questionou o hospital sobre a ocorrência e aguarda retorno. O espaço segue aberto para manifestação.