Time de elite? Conheça os Fluminenses das quebradas brasileiras
Do interior do Ceará ao litoral paulista, times perpetuam o nome do primo rico carioca, que joga o Mundial de Clubes
A história do Fluminense como um time da elite carioca tem motivos como a fundação na zona sul, o público que frequentava o clube social, a localização do Estádio das Laranjeiras. Mas isso não impediu o surgimento de outros Fluminenses pelo país, em quebradas que passam longe de qualquer tipo de biografia elitizada.
Enquanto o Fluminense Football Club joga o Mundial de Clubes, é oportuno conhecer os primos pobres que, inevitavelmente, constroem, como dizem hoje em dia, a “marca” do time. Estão no Ceará, Paraíba, litoral paulista. Alguns pararam, outros se fortalecem para a temporada.
São histórias tão incríveis quanto a dos quatro finalistas do campeonato rural de Paulo Afonso (BA), entre os quais estavam o Fluminense do Tabuleirinho e o Fluminense da Várzea, campeão em cima do Flamengo, do São José.
Fluminense do Ceará busca o tetra do Fazendão
Perto de Forquilha, no Ceará, a localidade de Várzea da Cobra tem o seu time desde 1965, com vários títulos, como o tricampeonato do Fazendão (1986, 2000 e 2010). Ano passado, foi vice da 1ª Super Copa. Para este ano, tem feito investimentos. Fechou com o atacante João Boby, “craque de bola”, diz o anúncio do jogador. Ele foi destaque no Fazendão do ano passado. O Fluminense da Várzea da Cobra trouxe também o Dr. Henrique Mendes, técnico, “um passo importante para alcançar o sucesso”. O time busca o tetracampeonato.
Na Bahia, dois Fluminenses entre os finalistas
Em Paulo Afonso (BA), entre os quatro times que chegaram às finais do 13º Campeonato de Futebol da Área Rural em 2023, havia dois Fluminenses. Conforme descreve informação oficial da Prefeitura, o Fluminense da Várzea “sagrou-se campeão depois de uma emocionante rodada de pênaltis contra o Flamengo do São José”. O terceiro lugar ficou com o Fluminense do Tabuleirinho. Cerca de 3 mil pessoas viram as finais.
Valores da premiação
A mesma final nos dá uma ideia do quanto ganham times e jogadores amadores de raiz. No campeonato de Paulo Afonso, primeiro, segundo, terceiro e quarto colocados ganharam, respectivamente, R$ 2,5 mil, R$ 2 mil, R$ 1,5 mil e R$ 1 mil. Os artilheiros Maxuel, do Boa Esperança, e Eric, do São José, ambos com seis gols, receberam R$ 500 cada, mesmo valor que Adriano da Silva, o goleiro menos vazado.
Fluminense do interior da Paraíba nasceu como Arco Íris
Em 1950, na comunidade rural de Baixa Verde, ou Queimadas, surgia o Arco Íris, time de futebol logo rebatizado de Fluminense da Baixa Verde. Entre as glórias, foi tricampeão queimadense em 1983, 1984 e 1985. O primeiro título, contra o Estrela Vermelha, terminou em pancadaria. O time perdedor, invicto até então, não teria aceitado a derrota. Os rivais históricos do Fluminense da Baixa Verde são Flamengo da Baixa Verde e Cruzeiro.
Sergipe homenageia “vovô do Rio de Janeiro”
Em 1980, havia um Botafogo na cidade de Lagarto (SE). Os fanáticos por futebol, como seu Hélio e Zé Raimundo, resolveram fundar outro time. Queriam “rememorar o clássico vovô do Rio de Janeiro em terras lagartenses”, escreveu um jornalista. Fundaram o Fluminense da Horta. O time treinou e mandou jogos em vários campos, como o do Zé Pelonha do Limoeiro. O último foi na Moita Redonda. Estreou no amador em 1987 e ganhou diversos títulos.
Fluminense de Santos, litoral paulista
Em Santos, além do time mundialmente famoso, o Juvenil Fluminense foi fundado em 1938. Era uma homenagem ao campeão carioca que havia visitado a cidade. Depois o time passou a se chamar Fluminense Atlético Clube, o “tricolor do Embaré”. Foi fundado em um armazém. Ganhou títulos regionais e estaduais, o primeiro em 1967, chamado Torneio Popular. Não mantém mais atividades.