Lucro da Petrobras sobe 48,6% no 1° tri com impulso de efeitos contábeis
A Petrobras registrou lucro líquido de R$35,21 bilhões no primeiro trimestre, alta de 48,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior, com impactos positivos de natureza contábil, inclusive relacionados ao câmbio, informou a petroleira nesta segunda-feira.
O resultado financeiro, positivo em R$10,6 bilhões, foi impulsionado pela valorização de 7% do real frente ao dólar no final do trimestre, refletindo os efeitos da variação cambial sobre as dívidas entre a Petrobras e suas subsidiárias no exterior.
Desconsiderando o impacto da variação cambial e de outros eventos exclusivos entre janeiro e março, o lucro líquido apurado no período foi de R$23,6 bilhões, queda de 12,1% na comparação com o mesmo período de 2024.
"Iniciamos o ano de 2025 com resultados operacionais e financeiros robustos, que refletem a capacidade técnica da Petrobras em superar desafios e gerar valor para a sociedade brasileira", disse em nota a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.
O fluxo de caixa operacional -- que representa a geração de caixa da companhia a partir de suas operações -- somou R$49,3 bilhões no trimestre, alta de 6,1% na comparação com o mesmo período do ano passado.
O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado da Petrobras totalizou R$61,08 bilhões entre janeiro e março, alta de 1,7% versus o mesmo período de 2024 e avanço de 49,1% versus o quarto trimestre.
Nos primeiros três meses do ano, a companhia registrou que o petróleo Brent, referência internacional, teve média de US$75,66, queda de 9,1% em relação ao mesmo período do ano passado e alta de 1,3% na comparação com o quarto trimestre.
A receita de vendas da petroleira somou R$123,14 bilhões no primeiro trimestre, alta de 4,6% na comparação anual e avanço de 1,5% versus o trimestre imediatamente anterior.
A petroleira estatal publicou em abril que sua produção média no Brasil no primeiro trimestre foi de 2,2 milhões de barris por dia (bpd) de petróleo, o que representou uma queda de 1% na comparação anual, mas um aumento de 5,9% em relação ao trimestre anterior.
Com o resultado, a Petrobras aprovou um pagamento de R$11,7 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) intercalares aos acionistas.
INVESTIMENTOS E DÍVIDA
Quanto aos investimentos, a Petrobras aportou no primeiro trimestre US$4,07 bilhões, o que representa 22% do guidance anual, disse o diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores da estatal, Fernando Melgarejo, no relatório de resultados.
O montante representa uma alta de 33,6% ante os três primeiros meses de 2024.
"Esses investimentos estão concentrados em projetos do pré-sal, com destaque para os campos de Búzios e Atapu" disse o executivo.
"Estamos realizando mais perfurações e interligações de poços e avançando na construção das novas unidades que sustentarão o crescimento da nossa curva de produção."
A companhia encerrou o primeiro trimestre com uma dívida bruta de cerca de US$64,49 bilhões, alta de 6,9% em comparação com o fechamento de 2024.
O aumento da dívida ocorreu principalmente em função do início da operação do FPSO afretado Almirante Tamandaré de Búzios 7 e a prorrogação do contrato do FPSO de Cidade de Angra dos Reis até 2030, que juntos adicionaram US$3 bilhões ao endividamento da companhia.
