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França projeta presídio de segurança máxima na Amazônia para conter traficantes e radicais islâmicos

20 mai 2025 - 12h18
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Uma nova penitenciária de segurança máxima será construída pela França em meio à floresta amazônica, no município de Saint-Laurent-du-Maroni, na Guiana Francesa. O complexo carcerário vai abrigar traficantes de drogas e condenados por radicalismo islâmico, segundo anunciou o ministro da Justiça, Gérald Darmanin, ao Journal du Dimanche.

Visual 3D da futura prisão na Guiana
Visual 3D da futura prisão na Guiana
Foto: Ministère de la Justice / Perfil Brasil

A estrutura faz parte de um projeto de US$ 450 milhões (R$ 2,5 bilhões) e terá capacidade para 500 detentos. A previsão é que o presídio seja inaugurado em 2028, ao lado do terreno onde funcionava a antiga colônia penal de Saint-Laurent, desativada na década de 1950.

"Sessenta vagas, um regime prisional extremamente rigoroso e um objetivo — retirar de circulação os perfis mais perigosos envolvidos no tráfico de drogas", declarou Darmanin. Segundo o Ministério da Justiça, 15 das 60 vagas da ala de segurança máxima serão destinadas a presos por envolvimento com o extremismo islâmico.

França impõe isolamento estratégico ou dialoga com a Guiana?

A localização remota do presídio é parte central da estratégia. O governo francês acredita que, ao mantê-los longe dos centros urbanos, os líderes do tráfico e extremistas ficarão impossibilitados de seguir comandando crimes de dentro da prisão.

"Minha estratégia é simples — atingir o crime organizado em todos os níveis. Essa prisão será uma salvaguarda na guerra contra o narcotráfico", afirmou Darmanin. "Servirá para isolar permanentemente os chefes das redes de tráfico de drogas."

O anúncio, no entanto, provocou forte reação entre representantes locais. A Guiana Francesa concentra o maior índice de homicídios entre os territórios franceses: foram 20,6 assassinatos por 100 mil habitantes em 2023 — quase 14 vezes a média nacional.

Jean-Paul Fereira, presidente interino da Coletividade Territorial da Guiana Francesa, classificou a decisão como arbitrária e desrespeitosa. Disse que o projeto foi apresentado à população sem diálogo com os parlamentares locais.

"É, portanto, com espanto e indignação que os membros eleitos da Coletividade descobriram, junto com toda a população da Guiana, as informações detalhadas no Le Journal du Dimanche", afirmou Fereira em nota publicada nas redes sociais.

Ele recorda que o acordo firmado em 2017 previa apenas a construção de uma nova prisão para aliviar a superlotação no sistema prisional local. "Embora todos os representantes locais tenham, há muito tempo, solicitado medidas fortes para conter o aumento do crime organizado em nosso território, a Guiana não deve se tornar um depósito de criminosos e pessoas radicalizadas vindas da França continental", escreveu.

Jean-Victor Castor, deputado eleito pela Guiana Francesa, também condenou a proposta. Para ele, a decisão é um reflexo de políticas antigas que tratam a região com desprezo. "É um insulto à nossa história, uma provocação política e um retrocesso colonial", afirmou.

A prisão será construída nas proximidades do antigo Campo Penal de Saint-Laurent-du-Maroni, que entre os séculos 19 e 20 recebeu prisioneiros políticos franceses. O local ficou conhecido mundialmente com o livro Papillon, que inspirou dois filmes.

Perfil Brasil
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