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Política

Governo cogita medidas para ampliar popularidade, mas Haddad nega busca de espaço fiscal para pacote

Vale Gás, linha para entregadores de aplicativo e uso de hospitais particulares para cirurgias do SUS estão em debate

15 mai 2025 - 16h16
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BRASÍLIA - A um ano e meio das eleições presidenciais, o Palácio do Planalto analisa uma série de medidas com o intuito de alavancar a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos próximos meses, apurou o Estadão/Broadcast. Estão nesse rol de propostas em estudo no governo o novo Vale Gás, uma linha de crédito para entregadores por aplicativo e um programa no Ministério da Saúde para uso de estrutura de hospitais particulares para cirurgias do SUS. Há uma certa resistência em nomeá-las como um "pacote".

Também estão em discussão no governo uma linha de financiamento para melhorias em moradias precárias e uma proposta para igualar benefícios de motoristas de aplicativo aos de taxistas.A linha de financiamento das residências está sendo discutida pelo governo junto à Caixa Econômica Federal e seria operada exclusivamente pelo banco estatal. A reportagem apurou que o projeto já está bem encaminhado e falta apenas acertar alguns detalhes com o presidente Lula.

O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad
O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

No caso dos benefícios aos motoristas, a ideia é permitir que eles também tenham, por exemplo, desconto no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), assim como taxistas. O desenho de como seria esse programa ainda está sendo feito pelo governo. O governo também planeja atender os entregadores por aplicativo. Neste caso, no entanto, além da Caixa, outros bancos participariam da modalidade, como o Banco do Brasil. Esta linha, diferentemente da medida destinada às residências, está menos avançada e depende ainda de ajustes e negociações.O novo Vale Gás será viabilizado por uma medida provisória, como mostrou a reportagem.

Os detalhes ainda estão sendo fechados, mas o Estadão/Broadcast apurou que não deve se tratar de um "voucher", mas sim um desconto no preço do botijão. Os valores, no entanto, ainda estão sendo discutidos, assim como a forma de operacionalização. A garantia é de que todo o custo estará em conformidade com as regras fiscais.

O programa do Ministério da Saúde também está em fase inicial de discussões, de acordo com fontes ouvidas pela reportagem. Uma das ideias em debate é permitir que hospitais possam oferecer suas estruturas para cirurgias do SUS como troca por suas dívidas federais.

Fontes ouvidas pelo Estadão/Broadcast entendem que o governo precisa de novos programas para melhorar a popularidade do presidente da República, de olho na eleição de 2026. Na opinião dessas fontes, as ações já previstas, como o Minha Casa, Minha Vida e o novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), não estão tendo os resultados esperados e é preciso um "fato novo" para Lula ter um respiro de popularidade.

A estratégia política, contudo, contraria a orientação da equipe econômica, que tem pregado cautela na adoção de estímulos fiscais. O argumento principal é a alta sensibilidade do mercado e as críticas de que o governo estaria seguindo na direção oposta à do Banco Central - que busca desacelerar a atividade econômica para conter a inflação, enquanto o Executivo aposta em medidas expansionistas.

Questionado sobre o tema nesta quinta-feira, ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou o eventual interesse de outros ministérios por espaço orçamentário para novos projetos ou iniciativas. Ele também reforçou que o Projeto de Lei Orçamentária de 2026 ainda não está sendo tratado.

"Orçamento de 2026 começa a ser discutido no final de junho e início de julho", declarou.

Mais cedo, o ministro de Desenvolvimento Social, Wellington Dias, e fontes de diferentes alas do governo, negaram a intenção de elevar o valor do Bolsa Família no próximo ano, ressaltando que não há estudos em andamento no governo para elevar o benefício em 2026.

Haddad ressaltou que não "há demanda, estudo, pedido de orçamento" para Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). "Não há da parte do MDS pressão sobre a área econômica para nenhuma iniciativa nova", mencionou.

O ministro disse ainda que vai apresentar ao presidente Lula na semana que vem "questões pontuais" para cumprimento da meta de resultado primário de 2025.

"Todas medidas que forem tomadas terão o mesmo tipo de procedimento do ano passado, vamos cumprir a meta", afirmou me conversa com jornalistas.-

Preocupação com a popularidade

O presidente passou os últimos dias em viagens à Rússia e à China. Retornou ao Brasil nesta quinta-feira, 15, mas já viajou rumo ao Uruguai para participar do funeral do ex-presidente José "Pepe" Mujica. O petista deve voltar a Brasília somente no início da noite desta quinta. Essas medidas estão em análise no governo e só devem ser fechadas após o aval do presidente.

O Palácio do Planalto já identificou que a popularidade de Lula voltou a cair por causa do escândalo do INSS. A reportagem apurou que o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, relatou aos presentes em uma reunião nesta semana que o esforço de comunicação feito neste ano foi perdido por causa das denúncias de descontos ilegais nas aposentadorias.

Uma ala do Palácio do Planalto tem defendido nos últimos dias que o governo faça o que for preciso para garantir a restituição dos descontos ilegais de aposentados. Para que isso seja possível, se for necessário, até a edição de crédito extraordinário para assegurar a devolução do dinheiro tem sido avaliada, o que vai contra o desejo da equipe econômica.

Estadão
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