Script = https://s1.trrsf.com/update-1747233309/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Política

Ataques ao STF, negação de tentativa de golpe e apelo religioso: como foi a manifestação pró-anistia

Ato na Avenida Paulista, que reuniu quase 45 mil pessoas neste domingo, foi aberto com o Hino Nacional e uma oração

6 abr 2025 - 18h04
(atualizado em 7/4/2025 às 10h43)
Compartilhar
Exibir comentários
Resumo
A manifestação na Avenida Paulista, SP, a favor da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, teve ataques ao STF, pautas religiosas e apoio a Bolsonaro. O evento reuniu 44,9 mil pessoas, mas enfrenta resistência no legislativo.
Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) acena a apoiadores em manifestação pró-anistia, na Avenida Paulista
Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) acena a apoiadores em manifestação pró-anistia, na Avenida Paulista
Foto: Sofia Pilagallo/Terra - 06.04.2025

A manifestação a favor da anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, realizada neste domingo, 6, na Avenida Paulista, em São Paulo, foi marcada por ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), negação da tentativa de golpe e apelo religioso. O ato, que teve início por volta das 14h, foi aberto com o Hino Nacional e uma oração.

A vereadora de Fortaleza e vice-presidente do PL Mulher, Priscila Costa, que conduziu a oração, afirmou que a "resposta final" está acima dos homens e que Deus conhece o coração daqueles que estão presos "injustamente" e afastados de suas famílias. Ao longo da manifestação, os diversos líderes que discursaram pautaram suas falas em elementos religiosos.

Uma das primeiras lideranças a discursar foi o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que fez ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), em especial ao ministro Alexandre de Moraes, a quem chamou de "covarde", e ao ministro Luiz Roberto Barroso, a quem comparou a um "bandido". Ele reforçou seu apoio a Jair Bolsonaro (PL-RJ) e afirmou que o ex-presidente foi perseguido pelo STF.

"Ditadores de toga, principalmente como Alexandre de Moraes, se utilizou [sic] do dia 8 [de janeiro de 2023] para nos amedrontar. Se lascou, olha a gente aqui. Essa é a resposta para você, seu covarde", disse.

"Para o debochado do ministro Barroso, que falou 'perdeu, mané', primeiro, isso é uma fala de bandido quando vai roubar alguém. O que você está querendo dizer com isso, Barroso? Que nas eleições de 2022 nós fomos assaltados? É isso que você quer dizer? Porque, se for isso, fica em paz. Daqui a um ano e meio, tem eleições de novo", acrescentou.

Na mesma linha discursiva do deputado Nikolas Ferreira, o pastor Silas Malafaia, que organizou e financiou a manifestação, chamou Moraes de "criminoso" e "ditador". Em discurso exaltado, ele classificou a tentativa de golpe de estado como "uma piada" — segundo ele, não houve nenhuma tentativa — e afirmou que o Brasil está diante da maior "perseguição política" de sua história.

A ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro, também discursou na manifestação e, durante sua fala, reforçou a narrativa de que os envolvidos nos atos de 8 de janeiro estão sendo perseguidos. Ela comparou o crime cometido pela cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, de 39 anos, a uma simples pichação — Débora ficou conhecida por escrever "perdeu, mané" na estátua do STF usando um batom. O item de maquiagem virou símbolo de resistência entre bolsonaristas.

O relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, impôs a Débora uma pena de 14 anos de prisão, além de multa de cerca de R$ 50 mil e indenização de R$ 30 milhões por danos morais e coletivos. O voto foi seguido pelo ministro Flávio Dino, do STF, mas o julgamento foi interrompido após um pedido de vista do ministro Luiz Fux.

Débora ficou presa por dois anos e, no final do março, teve prisão domiciliar concedida. "Já era para a nossa querida Débora estar quite com a Justiça", afirmou Michelle, acrescentando que a pichação, conduta considerada crime, prevê pena de detenção de três meses a um ano e multa, que pode variar de R$ 800 a R$ 10.000.

Bolsonaro foi o último a discursar e teve a fala mais longa dentre todas as lideranças. Ao todo, foram quase 25 minutos, ao todo. Na maior parte do tempo em que esteve com a palavra, defendeu a própria inocência e uma eventual candidatura nas próximas eleições, apesar de estar inelegível até 2030. Pouco falou sobre a anistia aos acusados de envolvimento no 8 de Janeiro. 

 "Eleições 2026 sem Jair Bolsonaro é negar a democracia, escancarar a ditadura no Brasil", disse. "Se o voto é a alma da democracia, a contagem pública do mesmo se faz necessária."

A manifestação deste domingo foi uma estratégia do bolsonarismo para mostrar que o projeto da anistia tem força nas ruas. Após o protesto esvaziado no Rio de Janeiro e com o assunto travado na Câmara dos Deputados, lideranças da extrema direita defendiam que o ato era fundamental para pressionar o legislativo. Segundo o Monitor da USP, o protesto deste domingo reuniu 44,9 mil pessoas.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e outros caciques da casa, sinalizaram que a anistia não é prioridade e que estão direcionando esforços para aprovar projetos relacionados à economia, à segurança pública e à liberação de emendas de 2024. O único partido fechado com a pauta da anistia é o Novo, que tem somente quatro deputados de um total de 513.

Fonte: Redação Terra
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade
OSZAR »