Jogamos: Rocket Squad: Infinity – Cooperativo maluco para 4 jogadores
Jogo mistura tiro em equipe, criptomoedas intergalácticas, economia quebrada e confusão tática.
Eu gosto muito do universo dos jogos indies, eles estão sempre prontos pra te surpreender com um conceito insano que mistura coisa boa com o caos absoluto. Rocket Squad: Infinity entra exatamente nessa categoria. Ele tem cara de jogo cooperativo “de boa”, daqueles pra chamar os amigos no Discord, dar risada e salvar o mundo.
Mas bastam 10 minutos pra você perceber que entrou num campo minado de microgerenciamento, estratégia frenética e uma dívida impagável que mais parece um simulador de empreender no Brasil em tempos de inflação galáctica.
E sim, ele tem localização de textos para o português, o que já facilita um pouco no meio da loucura geral.
Enredo: criptomoedas, galáxias e uma quebradeira universal
Se você acha que os roteiros de jogos hoje em dia estão viajando demais… você está certo. Em Rocket Squad: Infinity, o universo colapsou depois da criação do Infinity Quantum Core, uma parada tecnológica capaz de minerar criptomoedas infinitamente.
Isso mesmo. Alguém criou o equivalente galáctico da impressora de dinheiro, o que obviamente destruiu a economia interplanetária. Agora, sua equipe de desajustados espaciais precisa sair em missões arriscadas pra minerar recursos e tentar sobreviver nessa nova ordem mundial quebrada.
Sim, o jogo é praticamente uma crítica à economia dos tempos modernos, com uma pitada de sátira e outro tanto de “meu Deus, quem pensou nisso?”. E você ainda começa endividado, com juros de 900%. Parece com a vida de quem empreende no Brasil, mas agora no espaço.
A mecânica do jogo: cooperação forçada, confusão garantida
Rocket Squad: Infinity é um jogo feito para multiplayer, ponto final. Sim, dá pra jogar solo, mas é tipo tentar montar um sofá da Tok&Stok sem manual nem parafuso.
Você controla um personagem com habilidades específicas e, junto da sua equipe, vai cumprir missões em planetas diferentes. Cada missão tem objetivos que variam de coleta de recursos a fuga desesperada enquanto inimigos tentam te transformar em poeira cósmica.
Agora segura essa: enquanto tudo isso acontece, seu personagem é constantemente interrompido por um “smartphone intergaláctico” com notificações. Isso mesmo. Você tá no tiroteio, alguém tá no chão pedindo revive, e o celular começa a apitar dizendo que sua dívida venceu. É como se o Serasa mandasse SMS no meio de uma raid de Destiny.
Controles e jogabilidade: precisa de café e terapia
Se você espera um jogo plug-and-play, esquece. A jogabilidade é confusa, e o tutorial é meio tímido em explicar o que exatamente você tem que fazer. Em vários momentos, ficamos parados no meio do mapa sem entender se a missão era sobreviver, coletar algo ou apenas aceitar que o caos venceu.
Os controles são “ok”, mas você precisa de coordenação cirúrgica entre o time. Cada membro tem um papel vital e, se alguém decide virar influencer no meio da partida, já era. É tipo Overcooked misturado com Payday, mas com a tensão emocional de um gerente de startup falida.
Economia do jogo: se vira nos 900%
O grande diferencial do game — e talvez seu maior acerto e erro ao mesmo tempo — é o sistema de economia agressivo. Você começa devendo, vive devendo, e tudo que faz é pra pagar dívida. Cada item novo que compra, cada missão que falha, gera mais juros.
O número 900% de juros parece piada, mas não é. Você realmente se sente pressionado o tempo todo. E isso é intencional: o jogo te faz refletir sobre como sistemas econômicos exploratórios forçam decisões ruins. Mas, às vezes, o gameplay sofre por causa dessa pressão constante.
Visual, ambientação e dublagem
Visualmente, o jogo é bem bonito. Tem um estilo meio cartunesco moderno, com efeitos coloridos e boa variedade de mapas. As interfaces, por outro lado, são um pouco poluídas. Às vezes é difícil entender o que é objetivo, o que é HUD, e o que é só uma notificação do seu débito crescendo enquanto você apanha.
Ah, e a localização em português é funcional! Não é perfeita — tem um ou outro erro aqui e ali — mas ajuda bastante, principalmente na hora de entender os menus e instruções do jogo. Boa iniciativa.
Testamos com a GeForce RTX 5070 – E mandou bem!
Rodamos o game em nosso setup com:
Windows 10 Pro
AMD Ryzen 7 3800X
32 GB de RAM
Fonte 1000W
Monitor ultra-wide 3440x1440 (Samsung Odyssey G5)
GeForce RTX 5070 Founders Edition
Resultado? O jogo rodou liso como sabão molhado, mesmo em resolução ultra-wide. Com tudo no máximo, mantendo entre 90 e 120 FPS, mesmo em momentos de muita partícula, inimigo e notificação de cobrança aparecendo na tela.
A GPU ficou em temperatura estável (entre 50 e 58 graus), e o DLSS deu aquele tapa pra deixar tudo redondo. O game é bem otimizado nesse sentido, mesmo com todos os efeitos no talo.
Vale a pena?
Rocket Squad: Infinity tem uma premissa legal, um universo intrigante e um jeito maluco de te colocar na pele de um herói endividado intergaláctico. Mas ele peca um pouco na execução, principalmente nos controles e na curva de aprendizado que parece ter sido desenhada com régua torta.
A confusão inicial pode afastar jogadores mais casuais, e a pressão econômica constante pode ser mais estressante do que divertida pra muita gente. Mas se você curte co-op com caos, jogo com crítica social e está disposto a aprender na marra, pode ser uma boa pedida — especialmente jogando com amigos e rindo do desespero alheio.
Conclusão
Rocket Squad: Infinity é aquele tipo de jogo que você baixa achando que vai rir... e realmente ri, mas também grita, sua frio e repensa o sistema financeiro espacial. Rodando bonito na RTX 5070, é uma boa experiência pra quem quer algo diferente, desafiador e com uma pitada de loucura sci-fi. E com textos em português, pelo menos você entende o quanto está devendo.