Atlético-MG vai receber caminhão de dinheiro do Grupo City por venda de atacante
A negociação entre Atlético-MG e Grupo City pela transferência de Savinho, concretizada em julho de 2022, ainda gera repercussão entre os torcedores. Embora o clube tenha recebido parte dos valores combinados, pendências financeiras seguem em aberto, inclusive relacionadas a cláusulas de bônus contratuais que não foram cumpridas.
Na época da venda, o valor fixo pago foi de 6,5 milhões de euros, o equivalente a aproximadamente R$ 33,5 milhões. No entanto, o contrato previa uma série de metas adicionais que poderiam elevar a quantia final para até 12,5 milhões de euros.
Parte desse valor ainda está sendo cobrada pelo Atlético-MG. De acordo com o balanço financeiro da SAF divulgado em dezembro de 2024, o clube tem cerca de R$ 9,2 milhões a receber do Troyes, equipe francesa à qual Savinho foi vinculado no início da operação. Essa quantia está relacionada ao percentual de 12,5% dos direitos econômicos mantidos pelo clube brasileiro, além de 1,7% referentes ao mecanismo de solidariedade da FIFA.
Com a posterior negociação de Savinho do Girona, também vinculado ao Grupo City, para o Manchester City por aproximadamente 25 milhões de euros, o Atlético-MG teria direito a um valor estimado em 3,55 milhões de euros, cerca de R$ 19 milhões — considerando os dois percentuais mantidos.
O contrato ainda previa bônus por desempenho, todos vinculados ao período em que o atleta estivesse sob contrato com o Troyes. Entre os adicionais possíveis, estavam 250 mil euros a cada dez partidas como titular pelo clube francês, 500 mil euros por cinco aparições na fase de grupos da Champions League e 750 mil euros por atuações nas fases finais da mesma competição. Havia ainda metas específicas, como 500 mil euros caso contribuísse com 20 participações em gols em uma única temporada da Ligue 1 e 1,5 milhão de euros se conquistasse a Bola de Ouro enquanto jogador do Troyes. Nenhuma dessas metas foi atingida.
A ausência de minutos em campo pelo Troyes inviabilizou a ativação dos bônus contratuais. Savinho acabou sendo emprestado ao PSV e, posteriormente, ao Girona, antes de chegar ao Manchester City. Com isso, os valores atrelados a sua performance em solo francês ficaram apenas no papel.
O ex-diretor de futebol do clube, Rodrigo Caetano, explicou que a necessidade financeira pesou na decisão de vender o jogador. "Quando você não precisa vender, o preço automaticamente sobe. Mas, por necessidade, o valor é outro. São momentos distintos", comentou. Já Rubens Menin, um dos donos da SAF do Atlético, reforçou: "Infelizmente, tivemos que liberar o Savinho. Sabíamos do talento, mas o clube precisava daquele dinheiro".