Agências de avaliação de risco reagem à capacidade de iniciativa de um país, diz Haddad
Segundo ministro da Fazenda, Brasil deixará de avançar se houver 'alguma acomodação no ajuste das contas públicas'; Moody's rebaixou perspectiva do País de positiva para estável
BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira, 2, que as agências de avaliação de risco reagem à capacidade de iniciativa de um país. A declaração, feita a jornalistas ao chegar à sede da Pasta, veio após a agência Moody's optar por manter a nota de rating do Brasil em Ba1, mas rebaixar a perspectiva de positiva para estável.
"As agências reagem à capacidade de iniciativa do país. Se percebem que o país deu uma parada, não está enfrentando os temas, ela também para. Ela fala: vamos esperar para ver o que acontece", ponderou o ministro, sem comentar especificamente a mudança divulgada pela Moody's.
Haddad falou sobre o decreto do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e alternativas mais estruturantes para sanear o quadro fiscal e destacou que houve uma boa evolução nas conversas com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), sobre soluções para esse impasse, que também vêm sendo debatidas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para o ministro, será dada uma perspectiva muito mais sustentável para o País, sem tantas ações paliativas.
"O que eu sempre deixei claro é que eu não vou abrir mão das metas que a Fazenda estabeleceu de comum acordo com o Executivo e com o Legislativo. Nós não podemos abrir mão. O que tiver que fazer, eu vou fazer. Agora, eu prefiro soluções estruturais. Se você perguntar para qualquer ministro da economia o que ele prefere, são soluções estruturais. Se o Congresso está dizendo que também prefere, vou dizer o contrário? É muito melhor para o País soluções estruturais. O que a Fazenda não pode é perder a iniciativa", disse o ministro.
Ele analisou que se houver alguma acomodação no ajuste das contas públicas, o País deixará de avançar. "Por que a gente avançou tanto nos dois primeiros anos e deu uma parada agora? Porque está faltando iniciativa, está faltando impulso, está faltando você chacoalhar a discussão, fazer o debate e voltar para a mesa. Se não acontecer isso, em vez da gente conseguir o grau de investimento, nós vamos ficar patinando, melhorando uma nota, melhorando outra nota e não vamos chegar", disse.
