Perseguição a Simone Mendes pode virar caso de polícia
Advogada aponta seis crimes cometidos por grupo nas redes sociais
O que começa como "haters de internet" pode terminar como um processo penal digno de manchete.
Simone Mendes, ex-integrante da dupla com Simaria e hoje em carreira solo, virou alvo de uma perseguição digital que já dura mais de três anos — e o caso está prestes a ultrapassar os limites do virtual.
Quem levantou o alerta foi o marido da cantora, Kaká Diniz, ao tornar público o esquema coordenado que vem tentando desestabilizar a família nas redes. Segundo ele, há perfis falsos e pessoas organizadas para espalhar boatos, insultos e ameaças.
A denúncia acendeu o sinal vermelho para especialistas em direito penal, que já identificam indícios sérios de crimes.
A advogada criminalista Suellen Paulino analisou os relatos e confirmou: o que está em curso pode configurar, no mínimo, seis crimes diferentes. A começar pelos mais clássicos: calúnia, difamação e injúria, trio famoso do Código Penal que muita gente trata como simples "opinião forte" nas redes mas que, quando reiterado e direcionado, ganha peso legal.
Além disso, Paulino destaca a gravidade das ameaças e da prática de perseguição, ou stalking, como é chamado desde que ganhou tipificação penal em 2021.
"A insistência, a repetição dos ataques e a intenção clara de causar medo tornam o comportamento criminoso e passível de detenção", explicou.
O uso de perfis falsos também não passa batido. Se for comprovado que a identidade alheia foi utilizada ou mascarada com o objetivo de enganar, entra em cena o crime de falsidade ideológica que, somado aos demais, pode agravar a situação dos envolvidos.
Simone Mendes: Organização entre os agressores pode virar associação criminosa
Um ponto que diferencia este caso de simples brigas virtuais é a organização dos ofensores. Não se trata de usuários isolados comentando negativamente um post, mas de um grupo com possível articulação conjunta, o que levanta a hipótese de associação criminosa crime com pena de até três anos de reclusão.
"Quando há evidências de que os agressores se comunicam, combinam estratégias e operam com um objetivo em comum como destruir a reputação de alguém , estamos falando de uma rede de ataque coordenado. E isso é muito mais sério do que parece", conclui Suellen.
Simone, por sua vez, tem se mantido discreta nas redes sociais. O silêncio da artista, porém, não significa inação. Nos bastidores, a equipe jurídica já estaria reunindo provas para abrir processos, inclusive com possibilidade de ação civil por danos morais.
A era digital encurtou distâncias, mas também deu voz a quem abusa da liberdade de expressão. E quando o ódio vira rotina, não há emoji que resolva só a Justiça mesmo.