Diddy é absolvido de algumas acusações
O empresário e músico Sean John Combs, conhecido como Diddy, foi considerado culpado por duas das cinco acusações que enfrentava na Justiça dos EUA. Conforme deliberou o júri, o artista cometeu o crime de transporte com fins de prostituição em dois casos distintos. Entretanto, foi absolvido das acusações de tráfico sexual e conspiração para extorsão, que poderiam resultar em pena de prisão perpétua.
A sentença ainda não foi definida, mas cada uma das condenações pode acarretar até 10 anos de detenção, somando um possível total de 20 anos.
Diddy permanece preso desde setembro de 2024 e, apesar do resultado parcialmente favorável, o juiz Arun Subramanian negou o pedido de liberdade provisória apresentado pela defesa, que terá nova audiência no dia 8 de julho para definição do cronograma da sentença.
Origem e desdobramentos do processo
A ação judicial contra o magnata começou a partir de uma denúncia civil feita por Cassie Ventura em novembro de 2023. No relato, a ex-namorada afirmou ter sido coagida e agredida durante o relacionamento, mencionando episódios de violência e práticas sexuais forçadas em maratonas organizadas por Diddy, denominadas "freak-offs".
A denúncia foi retirada no mesmo dia após acordo entre as partes, mas desencadeou novas acusações públicas e legais contra o réu.
Em março de 2024, duas propriedades de luxo pertencentes a ele foram alvo de mandados de busca. Posteriormente, em maio, foi divulgado um vídeo registrado em 2016 por câmeras de segurança de um hotel em Los Angeles, no qual ele aparece agredindo Cassie.
A gravação teve grande repercussão e contribuiu para a prisão do artista, efetuada em julho do mesmo ano em Nova York.
Declarações das partes envolvidas
Após o anúncio do veredito, o advogado de Cassie, Douglas H. Wigdor, divulgou uma nota afirmando que a denúncia de sua cliente foi essencial para a responsabilização de Diddy. "Embora o júri não tenha considerado Combs culpado de tráfico sexual de Cassie além de qualquer dúvida razoável, ela abriu caminho para que fosse condenado por transporte com fins de prostituição", afirmou o defensor.
Ele acrescentou: "Ela demonstrou força inquestionável e chamou a atenção para a realidade de homens poderosos em nossa órbita e para a má conduta que persiste há décadas sem repercussão".
Durante os depoimentos, Cassie relatou que era financeiramente dependente de Combs e detalhou episódios de agressão física e estupro. Já a testemunha "Jane" declarou que era pressionada a manter relações com terceiros, sob observação do acusado. Ambas alegaram que o rapper controlava suas ações por meio de medo, violência e poder econômico.
Argumentos da defesa
A equipe jurídica do acusado refutou as acusações, sustentando que o processo teria distorcido o estilo de vida de Diddy, que incluía uso recreativo de drogas e relações consensuais com múltiplas parceiras. O advogado Marc Agnifilo declarou:
"Não se trata de crime. Trata-se de dinheiro." Ainda segundo a defesa, as vítimas teriam introduzido voluntariamente profissionais do sexo nas relações íntimas com o artista.
Perfil do acusado
Sean Combs, atualmente com 54 anos, nasceu em Nova York e iniciou sua carreira na indústria musical nos anos 1990, tornando-se uma das figuras mais influentes do hip-hop. Fundador da Bad Boy Records, trabalhou com nomes como The Notorious B.I.G., Usher e Mary J. Blige. Além da música, acumulou fortuna nos setores de moda e bebidas alcoólicas.
Reconhecido pela revista Time como "o homem mais onipresente do hip-hop", ele já recebeu prêmios como o Grammy de Melhor Álbum de Rap com o disco "No Way Out", lançado em 1997.