Nem só de sucessos vive a Pixar. Conhecida por colecionar aplausos da crítica e lotar salas de cinema com clássicos como Toy Story, Viva: A Vida é uma Festa e Procurando Nemo, o estúdio se deparou neste fim de semana com um tropeço raro e doloroso.
Elio, sua mais recente animação original, estreou muito aquém do esperado, registrando a pior bilheteria de lançamento da história da empresa.
Segundo informações da Variety, o filme arrecadou apenas US$ 21 milhões nos Estados Unidos em seu fim de semana de estreia, ocupando o terceiro lugar do ranking de bilheteria. No total global, a arrecadação ficou em tímidos US$ 35 milhões, um valor preocupante considerando os vultosos US$ 150 milhões investidos em sua produção.
A estreia decepcionante ocorre apesar da boa vontade que o público normalmente reserva para as criações da Pixar. As projeções mais pessimistas apontavam para uma estreia de, no mínimo, US$ 25 milhões apenas nos EUA o que já seria um alerta.
Mas nem isso foi atingido, sugerindo que Elio talvez tenha sido mal compreendido… ou simplesmente não tenha conquistado o coração do público.
Elio apresenta a história de um menino sonhador que acaba sendo confundido com o líder do planeta Terra e sequestrado por uma organização intergaláctica chamada Communiverse.
Em meio a alienígenas excêntricos e confusões cósmicas, ele precisa lidar com o caos e, claro, descobrir quem é de verdade.
Apesar da proposta lúdica e do elenco de vozes respeitável com Zoe Saldaña, Jameela Jamil e Yonas Kibreab o longa sofreu turbulências antes mesmo de chegar às telonas. O roteiro passou por diversas mudanças, o time de direção foi reformulado, e até nomes já anunciados, como America Ferrera, foram cortados na edição final.
No fim das contas, o resultado parece ter soado desconexo.
O público, habituado ao equilíbrio quase mágico da Pixar entre emoção, humor e profundidade, não parece ter encontrado isso em Elio. Mesmo críticos que costumam relevar tropeços de narrativa em nome da ambição visual apontaram uma falta de identidade clara no filme.
Elio: Entre planetas e apostas futuras
Ainda é cedo para declarar Elio um fracasso absoluto. Casos como Elementos, que começou devagar e depois surpreendeu nas bilheterias, ainda deixam uma porta aberta para um possível boca-a-boca positivo.
Mas, por ora, o filme se torna uma pedra no sapato da Pixar, que já anunciou uma nova leva de produções entre elas, Toy Story 5 e Os Incríveis 3, agendados para 2026, além de outra animação original, Saltadores.
Resta saber se o estúdio vai tratar o tropeço como lição ou como desvio de rota. Porque no universo da Pixar, até os planetas mais distantes precisam de um pouco de alma para brilhar. E Elio, por enquanto, ainda está em órbita sem direção.